Tudo tem eco e tem som
Se sua direcção é Maria
Toda metáfora que a ela se refere,
fere
Aos machos beleza
A Maria é puta
O João é puto
Bastou um “a” para ser de má vida
Um “o” para ser o filho da mãe
Já não se chama a mulher do rato
na frente do papá
experimenta, verá
diga: que rata grande
se arrependerá
(…)
Machistas!
Para o homem tudo é prestígio
- sou bode, boi, galo…
Deus Santo! Elas já não dizem:
- sou cabra, vaca, galinha…
Seria ousadia de mais.
Os machos andam de troncos nus
De biquines de mangas compridas
Isehh! Tudo bom!
E elas,
mal mostram um pedaço da perna
para todos ficarem de hérnia no coração
pedaços de tsaco
para chamarem as pedras da bíblia
e pintarem-se de neve
santos pecadores.
Vidal Vicente Come
07/10/2009
06/10/2009
Luto na terra
Toca tambor,
Toca!
Nem das mãos dos velhos tocadores
Tambor não toca
Nem nas pacatas vitórias da pobreza
Nem das mãos de Nwakilambo, Faquir, João...
Dos Craverinhas, dos Sócrates
Nem das minhas, das tuas mãos
O tambor não toca
Nem há espaço para a troca.
O pássaro já não canta na aurora do dia
E nós continuamos tão cegos como ontem
Seguindo os trilhos de uma só estrela – a estrela de um só...
Nem a misteriosa ave aparece
Para encher nossas panças pálidas de fome e de esperança
Para anunciar as fieis colheitas do milho
Já envenenado pelos dois que seguiram Cristo na cruz
E o tambor não toca para as nossas atrofiadas vontades.
Toca tambor, tambor não toca
Nem para mim, nem para ti tambor toca
Se a ti toca, não te enche a alma
Se te enche, é de melancolia.
Nem o galo voa, cortaram as asas
Nem o Galo uiva, cortaram o bico – ficou mudo
Que fariam as formigas (?) – surdas
Debandarem aos sussurros.
O Milho cheira à pólvora
Amanhã não sei o que será dos meus irmãos
Se já andam envelhecidos pelo jejum da vida inteira
Se já perderam as ancas na esteira da esperança.
Mãos cansadas de dedilhar o mesmo milho
Dividem pelos bolsos os grãos do milho
Desterraram a esperança já oca da gente
Venderam as baquetes dos tambores do povo
Por banquetes familiares
E as lágrimas da malta vão-se perpetuando
Nesta esperança que já não impera
E menos se espera neste holocausto mental
Última esperança que nos resta
É o regresso do filho do Homem.
30/09/09
Vidal Vicente Come
Toca!
Nem das mãos dos velhos tocadores
Tambor não toca
Nem nas pacatas vitórias da pobreza
Nem das mãos de Nwakilambo, Faquir, João...
Dos Craverinhas, dos Sócrates
Nem das minhas, das tuas mãos
O tambor não toca
Nem há espaço para a troca.
O pássaro já não canta na aurora do dia
E nós continuamos tão cegos como ontem
Seguindo os trilhos de uma só estrela – a estrela de um só...
Nem a misteriosa ave aparece
Para encher nossas panças pálidas de fome e de esperança
Para anunciar as fieis colheitas do milho
Já envenenado pelos dois que seguiram Cristo na cruz
E o tambor não toca para as nossas atrofiadas vontades.
Toca tambor, tambor não toca
Nem para mim, nem para ti tambor toca
Se a ti toca, não te enche a alma
Se te enche, é de melancolia.
Nem o galo voa, cortaram as asas
Nem o Galo uiva, cortaram o bico – ficou mudo
Que fariam as formigas (?) – surdas
Debandarem aos sussurros.
O Milho cheira à pólvora
Amanhã não sei o que será dos meus irmãos
Se já andam envelhecidos pelo jejum da vida inteira
Se já perderam as ancas na esteira da esperança.
Mãos cansadas de dedilhar o mesmo milho
Dividem pelos bolsos os grãos do milho
Desterraram a esperança já oca da gente
Venderam as baquetes dos tambores do povo
Por banquetes familiares
E as lágrimas da malta vão-se perpetuando
Nesta esperança que já não impera
E menos se espera neste holocausto mental
Última esperança que nos resta
É o regresso do filho do Homem.
30/09/09
Vidal Vicente Come
Sonho relatado
De abraço recebo-te
Nos teus lábios mergulho
Colo,
Passo a passo
Recuo no escuro da doçura dos teus lábios
Ai! Ai!...
A cama esbarre-nos
Estendo-te como mapa
No chão da minha alma
E do apagador das minhas mãos
Limpo-te
Equipo-te como nasceste
Percorro pelo olhar
Do sul do teu corpo,
Passando pelas alavancas
Até me perder no açúcar da nossa morte
E as minhas mãos, minhas toalhas
Rastejam pelo matagal do teu corpo
E afundam no poço da tua feminidade
E aí saltas
Como se um fio invadisse o tubo de escape
Desisto, mas insisto em direcção ao norte
Chego na zona dos montes
Amasso-os com as minhas mãos mansas
Faço-as de chuchas
E aumento a electricidade do teu corpo
E teus olhos se envermelham
Nas poucas vezes que rompem de prazer
Para me dizer:
-Chega! Amor chega,…chega…
Na tua boca o fogo enormece
Sou bombeiro, apago a chama
Com a saliva da minha boca
Enquanto os meus dedos penteiam os teus longos cabelos
E o joão este belo rapaz
Perde-se no teu copo
E aí…
Vidal Vicente Come
29/03/09
Nos teus lábios mergulho
Colo,
Passo a passo
Recuo no escuro da doçura dos teus lábios
Ai! Ai!...
A cama esbarre-nos
Estendo-te como mapa
No chão da minha alma
E do apagador das minhas mãos
Limpo-te
Equipo-te como nasceste
Percorro pelo olhar
Do sul do teu corpo,
Passando pelas alavancas
Até me perder no açúcar da nossa morte
E as minhas mãos, minhas toalhas
Rastejam pelo matagal do teu corpo
E afundam no poço da tua feminidade
E aí saltas
Como se um fio invadisse o tubo de escape
Desisto, mas insisto em direcção ao norte
Chego na zona dos montes
Amasso-os com as minhas mãos mansas
Faço-as de chuchas
E aumento a electricidade do teu corpo
E teus olhos se envermelham
Nas poucas vezes que rompem de prazer
Para me dizer:
-Chega! Amor chega,…chega…
Na tua boca o fogo enormece
Sou bombeiro, apago a chama
Com a saliva da minha boca
Enquanto os meus dedos penteiam os teus longos cabelos
E o joão este belo rapaz
Perde-se no teu copo
E aí…
Vidal Vicente Come
29/03/09
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