Isheh a ndidaze
Nos surumáticos discursos de fraude
Repousa miraculoso o silêncio da derrota
E as asas da perdiz perdida, que já vinha depenada
Falecem em sonhos do paraíso
Ave paralítica.
Ndidaze, ndidaze, ndidaze
Isheh, a ndidaze da derrocada
O fim do ndindaze não se lê no rosto
Do portador sem portagem da nossa gente
De longe sentimos as mazelas da voz sem eco
No rosto de Obama
Obama não, ganhou
Obama,
Obama sim! Perdeu setenta vezes sete
Consolando-se na fraude voltará às ruínas
Minha avó inverterá na marcha
Do retorno do homem
Para sentirmos o peso do ndindaze
A ndidaze feito jugo na gente
Na perpétua visão cosmogónica das aves derrapadas
Cintilam as censuras das almas nos leitos sarcásticos
Até o Miúdo superou o americano
Até o Miúdo bateu o queniano
Em casa as crianças gritam no silêncio
- Papá não quer ver televisão
Parece que ficou sem visão
- Fecha essa merda, Maria
Vai em casa da tia, filha da Maria
Já disse, fecha essa merda
Fecho e ligo a porta-voz dos víctores
-Fefefe 5000
Dadade 600
Refefe 10
Fecha também essa merda, Teresa
Abra essa tua cena e canta os teus delírios
Na fábrica dos homens.
Isheh a ndidaze
Na voz singelosa da esperança
Já falecida
A esperança sem espera no rosto do filho da pérola.
Isheh a ndidaze.
Novembro de 2009
12/04/2010
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